segunda-feira, 24 de novembro de 2008

TV Digital - um novo formato para a propaganda.

Com a adesão da TV digital, uma das únicas certezas que podemos ter, é que: ou a propaganda convence e interessa, ou morre. Vai ser preciso um esforço descomunal de todos os segmentos envolvidos para que, ao invés de simplesmente passar adiante as propagandas com um simples botão, as pessoas de fato assistam à propaganda com o mesmo interesse que escolhem seus programas favoritos. Outra certeza que podemos ter, é que a criatividade para criar propagandas inovadoras e reciclar os tipos já existentes - como o merchandising - será fundamental para a sobrevivência da mídia.

Falando em merchandising, provavelmente essa seja uma válvula de escape para a publicidade num futuro recente. As pessoas não param em frente à TV para ver propaganda, na TV analógica elas ainda assistem - ou melhor: aguentam o "brake" - mas a TV digital, trazendo a tecnologia de pausar e passar para frente o conteúdo (/FF>>), vai fazer com que a vida de horários comerciais fique sem espectadores. O merchandising, que já é visto escrachadamente em novelas, programas e filmes, é uma saída para a publicidade do meio televisivo. Se for feito de uma maneira sutil, sem chamar a atenção de forma grotesca, e consiguir passar a mensagem, fica perfeito. Não sei se a publicidade na TV como conhecemos hoje vai acabar, mas que tem que ser mudada e repensada tem. Uma das formas de propaganda eficiente são as chamadas "virais", com baixo custo (pelo fato de serem postadas no yotube, por exemplo) e alto alcance (as pessoas vão literalmente atrás delas!), e talvez seja nesse formato que a publicidade tradicional deva buscar inspiração.

Mas tanto se fala sobre a TV Digital nos últimos tempos, e afinal, o que seria essa nova tecnologia e o que ela representa para nós? Bom, para início de discussão, essa não é uma novidade tão recente assim: tudo começou em 1970, quando uma rede de TV pública do Japão - Nippon Hoso Kyokai (NHK) - juntamente com um consórcio de 100 estações comerciais, deram total liberdade aos cientistas da "NHK Science & Technical Research Laboratories" para desenvolver uma TV de alta definição, que seria chamada de HDTV. Para se ter uma idéia: desde a década de 1981 os japoneses já contavam com uma hora de HDTV digital ao dia, o que era a fase inicial da tecnologia de hoje. Esse serviço foi lançado oficialmente em 1 de dezembro de 2000 e hoje já é recebido por mais de 14 milhões de aparelhos, valor que corresponde a um terço dos domicílios do Japão.

Trocando em miúdos, tudo consiste em comprimir os dados de uma forma diferente (e bem mais eficaz), deixando os meios radiodifusores com aspecto bem mais próximo da realidade. De um modo geral, entre as décadas de 80 e 90, tanto europeus quanto norte-americanos também entraram nesse mercado, muitas vezes juntando esforços para viabilizar o funcionamento dessa novidade que hoje é mundial. Com a implantação da TV digital - não só - os telespectadores ganham muito: seja na qualidade da imagem e do som ou na recepção (que praticamente acaba com problemas de transmissão), seja na acessibilidade e interatividade que a tecnologia proporciona. Todas essas melhorias, obviamente, vão acentuar ainda mais os efeitos de qualquer propaganda em meio televisivo, atingindo de uma maneira bem mais eficaz qualquer consumidor em potencial e aumentando a demanda por propagandas que consigam se aproveitar desse quadro.

Na atual conjuntura, a TV digital consegue dobrar a qualidade da imagem, quando compararada à qualidade das TV's analógicas, pois proporciona um novo formato para a imagem. Além disso, tem a capacidade de aumentar o número de canais de som, que ao invés de mono (1 canal) ou stereo (2 canais - esquerdo e direito), passa a ser de 6 canais (como Home Theaters). Alguém aí consegue imaginar o impacto que a propaganda pode ganhar com tamanha realidade? Como se não bastasse, acabam os problemas de "fantasmas", e também de ruídos e interferências no som. Já a interatividade e acessibilidade, possibilitam que o usuário interaja com o conteúdo que recebe, podendo escolher em que momento assiste à cada coisa, graças ao armazenamento de informações. Logo, a propaganda de qualidade vai ser cada vez mais valorizada, uma vez que poderá ser assistida em vários momentos diferentes, independente do horário comprado pelo veiculador.

É matar, ou morrer. E o gatilho é o mesmo.

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